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RSE, um pré-requisito para a atratividade da sua marca enquanto empregador

RSE, um pré-requisito para a atratividade da sua marca enquanto empregador
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Agora, a RSE torna as empresas duplamente atrativas. Um critério de decisão essencial para os seus clientes quando decidem se devem ou não utilizar os seus serviços, é igualmente importante para atrair candidatos quando procuram um novo empregador. É um elemento essencial a ser incluído na sua marca de empregador.

Popularizado no início da década de 2010 pelo antropólogo americano David Graeber, o termo «empregos de treta» ganhou força desde então. Para além do seu aspeto trivial, expressava sobretudo uma crise de sentido ligada à vida profissional. Em 2015, uma sondagem da Yougov realizada a nível europeu revelou que pelo menos 37 % dos britânicos e 40 % dos holandeses lamentavam a falta de sentido dos seus empregos. Em 2017, um estudo realizado pela Deloitte mostrou que o sentido no trabalho era uma questão importante para quase 9 em cada 10 trabalhadores. Sem dúvida porque, segundo David Graeber, «um ser humano que não pode ter um impacto significativo no mundo deixa de existir». Deste ponto de vista, a questão do sentido baseia-se sobretudo no sentimento de utilidade que cada pessoa experiencia diariamente.

Porque tal confere uma expressão concreta a este impacto significativo no mundo de que Graeber fala, as empresas capazes de assumir compromissos ambiciosos em matéria de RSE dão sentido à sua organização, para além das suas participações financeiras e comerciais. Agir positivamente em prol do clima ou da inclusão, participar ativamente na vitalidade económica de uma região, atuar em última análise em prol do bem comum, cria uma força inegável de atração e é um fator de compromisso essencial para os trabalhadores.

RSE, sentido no trabalho e cultura empresarial

Criar um sentido também significa definir posicionamento, valores e uma mensagem para a sua marca. Em suma, significa dar à empresa um objetivo real e uma cultura única, que lhe permita destacar-se dos seus concorrentes. Em última análise, trata-se de criar um ambiente propício ao encontro entre a empresa e perfis específicos que provavelmente estarão em conformidade com os valores da empresa. A integração e o envolvimento de novos funcionários serão muito facilitados. O contrário também é verdade. Um candidato altamente qualificado que, por exemplo, mostre pouca preocupação com as questões climáticas não será, provavelmente, o tipo de perfil que deva ser priorizado por uma empresa que deseje alcançar a neutralidade de emissões de carbono num prazo razoável.

A verdade é que, quando fortemente afirmada, uma política de RSE contribui para reforçar o sentimento de pertença, porque constitui um objetivo comum unificador que é particularmente gratificante. Quando os trabalhadores veem o impacto positivo da sua empresa e os valores que a mesma defende, isso é frequentemente uma fonte de grande orgulho para eles. Numa entrevista recente, Anne Michel, presidente da Baxter, (uma empresa cujo objetivo é «salvar e sustentar vidas»), explicou que «os desafios da Baxter no que respeita à sociedade e o nosso desejo de reduzir ainda mais a pegada de carbono contribuem para aumentar a motivação e o orgulho dos nossos colaboradores, particularmente dos jovens»[1].

RSE e a geração do milénio

Os jovens trabalhadores são, sem dúvida, os mais sensíveis aos compromissos assumidos pela empresa em matéria de RSE. Representam também a força vital da vida económica, uma vez que, em 2020, só a geração do milénio representava cerca de 50 % da mão de obra a nível mundial.

Os movimentos ligados à sensibilização para a ameaça climática, como as Fridays for Future, e figuras icónicas como Greta Thunberg, têm um forte impacto nos jovens licenciados que procuram o seu primeiro emprego. As empresas que não responderem adequadamente a estas preocupações vitais no que diz respeito à sua marca de empregador estão propensas a alienar os seus potenciais jovens recrutas. No seu estudo anual sobre a geração do milénio, a Deloitte observa que, pelo menos, 28 % destes trabalhadores afirmam estar preparados para permanecer, pelo menos, cinco anos na empresa que os emprega, desde que o seu desempenho global seja positivo, ou seja, em termos económicos e sociais. 71 % esperam também que o seu empregador crie um ambiente de trabalho favorável à inclusão.

Este desenvolvimento transcende gerações, mas também países. Em França, um inquérito do Ifop de setembro de 2019 mostrou que, para 58 % dos inquiridos, a política de RSE de uma empresa é um critério importante para os candidatos. Nos Estados Unidos, como em todos os outros países onde opera, a Salesforce CRM dá aos seus empregados 7 dias adicionais de férias pagas, desde que participem numa atividade de voluntariado.

RSE e desempenho económico

Mas não se enganem: o objetivo não é substituir as ONG pelas empresas. No entanto, alargaras fronteiras da empresa e afastar-se das normas parece ser uma excelente alavanca para o crescimento. Num estudo de 2018 intitulado A Revolução da Diversidade e Inclusão, a Deloitte revelou que as organizações mais inclusivas têm:

  • O dobro da probabilidade de atingir ou exceder os seus objetivos financeiros;
  • O triplo da probabilidade de alcançar um alto nível de desempenho;
  • Seis vezes mais probabilidades de serem inovadoras e ágeis;
  • Oito vezes mais probabilidades de alcançar melhores resultados comerciais.

Em suma, a inclusão, quando bem feita, conduz ao sucesso. E o que pode ser mais atrativo do que o sucesso? As maiores empresas do mundo estão muito cientes disso: 34 delas lançaram uma vasta iniciativa intitulada «Negócios para o Crescimento Inclusivo» na reunião do G7 em Biarritz, em agosto de 2019, convictas de que o seu crescimento depende agora da inclusão.

RSE e comunicação

Não há nada de ilegítimo em associar a RSE a uma política de marca do empregador. Pelo contrário, certas causas merecem ser defendidas pelo maior número possível de pessoas, e a sensibilização da opinião pública é muitas vezes um trunfo para o progresso de uma questão. A este respeito, a questão da inclusão ou o problema crucial do aquecimento global são emblemáticos. Uma vez provada a realidade do seu compromisso, as empresas têm tudo a ganhar ao darem a conhecer que praticam a igualdade de género e a igualdade de remuneração, que dão às pessoas com deficiência o seu lugar legítimo ou que fazem tudo o que é possível para conseguir a neutralidade das emissões de carbono: este é o objetivo da marca do empregador. Vão conseguir matar dois coelhos com uma cajadada só: ao dar um contributo tangível para melhorar o mundo, irão atrair trabalhadores dispostos a colocar as suas competências profissionais ao serviço de uma causa nobre, o que é uma fonte de orgulho e de compromisso.

[1] https://www.leparisien.fr/economie/emploi/top-employeur/responsabilite-societale-des-entreprises-un-facteur-de-developpement-26-01-2021-I6DE53CULVE4PIN4FKTYHFN43I.php

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