Um projeto de remodelação implica quase sempre orçamentos detalhados, propostas comerciais. O papel de um arquiteto de interiores é garantir, através de meios visuais que acompanham uma proposta, a otimização do espaço. O objetivo consiste em antecipar problemáticas que possam eventualmente vir a surgir e responder às exigências de segurança, conforto e acesso das pessoas deficientes.
Nicolas Moinet, Arquiteto de interiores na Manutan Collectivité
«Trabalho essencialmente em projetos para coletividades, ou seja, para todos os estabelecimentos que recebem público, e a acessibilidade das pessoas com deficiência é obrigatória desde janeiro de 2015. Esta obrigação também contempla o setor dos serviços, já que fora dos espaços de escritório existe, na maioria dos casos, um espaço de atendimento ao público. Por conseguinte, para o cliente é importante poder contar com soluções para esta problemática.»
Para facilitar o diálogo e a troca de opiniões entre o cliente e a empresa contratada para o fornecimento de equipamentos e mobiliário, o arquiteto de interiores desempenha um papel essencial no aconselhamento e na preconização de soluções, sobretudo quando o cliente ainda não tomou uma decisão definitiva sobre as suas opções de escolha.
«Será feita uma abordagem visual da proposta, com a seleção de produtos decididos à partida. Do nosso lado, cabe-nos transformar esta proposta em apresentação visual a 3D para que o cliente possa ver o resultado antes de formalizar a sua encomenda. As plantas e os projetos que lhe fornecemos serão também úteis na fase de instalação: a empresa encarregada de instalar o equipamento poderá facilmente conhecer a localização exata de cada produto. Ganhamos em compreensão e em tempo.»
Não é o número de móveis que irá permitir uma melhor arrumação, mas sim a otimização do espaço.
«Adaptamo-nos ao espaço criado pelo arquiteto, ou o inverso.»
«Quando lidamos com coletividades, a equipa de arquitetos de interiores trabalha com diversos tipos de espaços: escolas, salas de aulas, restaurantes e até mesmo hospitais. No caso dos lares para a terceira idade, a tendência vai no sentido de criar espaços similares a habitações particulares, com quadros, mobiliário acolhedor, etc.»
Para além da simples reorganização, a equipa pode apresentar propostas muito específicas e complexas: otimizar um local com estantes, criar áreas de lazer no exterior ou até mesmo criar soluções por medida. «Nos espaços que recebem público, como as salas de aulas, por exemplo, prevemos sempre um espaço para alunos deficientes, alunos que usam muletas… E apresentamos numa planta em papel a zona específica onde essas pessoas poderão instalar-se.»
Para resumir, temos em primeiro lugar a preparação: o cliente expressa as suas necessidades, a equipa apresenta-lhe uma proposta, um orçamento e uma apresentação visual. É fornecida uma planta, quando se trata de um projeto simples, e uma apresentação a 3D com realismo fotográfico, quando é necessário demonstrar a coerência global. «O nosso papel de consultor não se limita ao mobiliário: os clientes pedem-nos cada vez mais recomendações sobre produtos de decoração.»